A leitura e a escrita são habilidades importantes para o pensamento crítico. O ato de ler geralmente está associado com a escrita e o leitor visto como decodificador de letras. Porém, não basta decifrar palavras para que a leitura aconteça. É preciso atenção sobre o que está sendo decodificado para que haja compreensão e posterior interpretação.
A leitura será adequada quando o leitor a interpreta por meio de relações do que leu com o mundo. O indivíduo que lê está contribuindo para seu enriquecimento pessoal, ao mesmo tempo que para a apropriação e significação de linguagens e ampliação da sua compreensão de mundo.
A escrita é a compreensão do lido. O sujeito que consegue transformar o conhecimento da leitura em escrita, deixa arquivada suas ideias para posterior reflexão, além de atribuir significado ao conhecimento. Assim, marca e transforma a história da fala e da visão de mundo. O escrever possibilita a aprendizagem, é a organização do pensamento.
A partir da leitura, análise de referenciais teóricos e da organização do pensamento (escrita) percebe-se a necessidade de um lugar que viabilize, de fato, o direito ao conhecimento aberto, plural, em que o aprendiz não seja formatado por um sistema rígido. A sociedade deve buscar uma forma de resistência ao poder que quer dominar e propor o pensamento único.
Muitos são os obstáculos e desafios que emergem no decorrer da prática enquanto leitor/escritor. No entanto, com a mesma intensidade que, possivelmente, sofremos, somos capazes de vibrar, sonhar com um processo que vá de encontro à alienação, graças à persistência, ao apoio de aliados e ao conhecimento que buscamos diariamente. Somente o conhecimento (crítico e reflexivo) sobre as práticas e as teorias, pautado no poder da leitura e da escrita, pode transformar o sujeito que tem poder de transformar o mundo e seus valores.
Dra. Mariel S. Haubert
Docente e Coordenadora do Núcleo de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão/NPPGE
Faculdades Integradas Machado de Assis/FEMA