A ARTICULAÇÃO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NO ENSINO SUPERIOR

As atividades de educação em nível superior articulam o ensino, a pesquisa e a extensão. Para haver a plena integração entre estes aspectos constitutivos da educação superior, a compartimentalização das várias áreas do conhecimento requer ser superada. As fronteiras estabelecidas entre as diversas ciências e de seus métodos específicos de produção de conhecimentos precisam ser diluídas, com a perspectiva da construção da interdisciplinaridade científica e formativa, a atender às intencionalidades da política universitária e a formar uma identidade acadêmica. Ou seja, uma ciência contribuirá com a outra nas elaborações e compreensões com as quais realiza o fazer pedagógico. Integrar as três dimensões nas instituições de ensino superior não significa anular metodologias e estabelecer um método único de fazer pesquisa, produzir saberes, mas acena para a sensibilidade e abertura de cada qual às contribuições, leituras, compreensões das outras ciências e dos outros métodos. É na mútua contribuição que se afirma a especificidade de cada ciência na construção dos espaços acadêmicos e do mundo comum, ou seja, a relação tri-unívoca dá identidade às instituições, construindo as intersubjetividades. A extensão universitária, no intuito de contribuir para tornar as condições concretas da existência humana mais adequadas para todos e, em suas diversas dimensões, socializar os conhecimentos, articula conhecimentos empíricos e teóricos, os socioculturalmente constituídos e preservados com os acadêmico-científicos. É uma práxis que integra as exigências da eficácia do agir com as da elucidação do pensar e da reflexão. A organicidade do tripé universitário constitui um movimento da formação superior, constituindo uma síntese dos três movimentos acadêmicos que caracterizam a educação acadêmica universitária. São os processos do ensino, que constitui o ato de apresentar às novas gerações os conhecimentos historicamente elaborados pela humanidade, cabendo ao estudante a sua apropriação e aprendizagem; as dinâmicas da construção de novos conhecimentos, que requerem a realização da pesquisa seja esta empírica ou teórica; e a extensão que se configura na relação com e na sociedade na qual a universidade está inserida, que possibilita a retroalimentação do ensino e pesquisa. São os movimentos de mútua influência e contribuição: o ensino que baliza a pesquisa e extensão; e estas que desafiam e provocam a ressignificação e reelaboração e a construção de novos conhecimentos, os quais, por sua vez, provocam novas pesquisas e extensões universitárias.


Dr. Mário José Puhl - Professor nos Cursos Superiores

Faculdades Integradas Machado de Assis/FEMA.